quinta-feira, 29 de maio de 2008

Começando...

Um dia como outro qualquer em minha vida...

Acordar, olhar computador, ir até a cozinha pegar água, ver que não tem nada pra comer e voltar para o computador para fazer minhas pesquisas e fazer essas coisas banais que todos fazem, entrar no msn, no orkut, essas coisas sabe?
Para um desempregado como eu, dias como estes são chatos, alias, todos os dias acabam por se tornar chatos e banais, sem nada para fazer, daí tu cria rotinas, entrar em sites de empregos, olhar comunidades que tu faz parte na internet (eu participo da VOL e da Python-Br), depois olhar o Yogurt (Orkut para os leigos) e MSN (no meu caso aMSN, mas dá no mesmo -_- )

Humanos precisam de rotina, é como se fosse uma segurança para nós, somos estranhos, não sabemos como viver em vidas que não tenham aquele acordar-fazer_as_mesmas_coisas_de_todos_os_dias-dormir...
Infelizmente, eu não sou diferente disso, e pode vir falar o que tu quiser, tu também não o é -_-, mesmo aqueles que vivem na estrada seguem uma certa rotina, até o mudar de cidade tem uma rotina.
Rotinas são parâmetros pré-estabelecidos que os humanos precisam seguir, cada um com seu próprio parâmetro.

(Será que eu deveria abraçar meu computador e falar: "IRMÃO" ????)

É tudo muito estranho, muito complexo, muito SIMPLES...
É, tu vai pensar: "Que contradição que tu colocou aí, como pode ser complexo e simples?", e eu tenho a resposta pra isso: "O simples é complexo", não temos a capacidade de compreender o simples em nossas vidas, daí o que fazemos? Complicamos tudo, deixamos tudo de uma forma que nossas mentes bagunçadas compreendam aquilo e pense: "Nossa, que fácil", e quem falar: "Viu como somos inteligentes?" vai pra lista de "pessoas que acham que sabem tudo".

O mundo e a vida estão aí, sob um emaranhado de complicações e rotinas que criamos todos os dias.

Para terminar, uma música de Chico Buarque, chamada "Construção".

"Amou daquela vez
Como se fosse a última
Beijou sua mulher
Como se fosse a última
E cada filho seu
Como se fosse o único
E atravessou a rua
Com seu passo tímido
Subiu a construção
Como se fosse máquina
Ergueu no patamar
Quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo
Num desenho mágico
Seus olhos embotados
De cimento e lágrima
Sentou prá descansar
Como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz
Como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou
Como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou
Como se ouvisse música
E tropeçou no céu
Como se fosse um bêbado
E flutuou no ar
Como se fosse um pássaro
E se acabou no chão
Feito um pacote flácido
Agonizou no meio
Do passeio público
Morreu na contramão
Atrapalhando o tráfego...

Amou daquela vez
Como se fosse o último
Beijou sua mulher
Como se fosse a única
E cada filho seu
Como se fosse o pródigo
E atravessou a rua
Com seu passo bêbado
Subiu a construção
Como se fosse sólido
Ergueu no patamar
Quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo
Num desenho lógico
Seus olhos embotados
De cimento e tráfego
Sentou prá descansar
Como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz
Como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou
Como se fosse máquina
Dançou e gargalhou
Como se fosse o próximo
E tropeçou no céu
Como se ouvisse música
E flutuou no ar
Como se fosse sábado
E se acabou no chão
Feito um pacote tímido
Agonizou no meio
Do passeio náufrago
Morreu na contramão
Atrapalhando o público...

Amou daquela vez
Como se fosse máquina
Beijou sua mulher
Como se fosse lógico
Ergueu no patamar
Quatro paredes flácidas
Sentou prá descansar
Como se fosse um pássaro
E flutuou no ar
Como se fosse um príncipe
E se acabou no chão
Feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão
Atrapalhando o sábado...

Por esse pão prá comer
Por esse chão prá dormir
A certidão prá nascer
E a concessão prá sorrir
Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague!

Pela cachaça de graça
Que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça
Que a gente tem que tossir
Pelo andaimes pingentes
Que a gente tem que cair
Deus lhe pague!

Pela mulher carpideira
Prá nos louvar e cuspir
E pelas moscas bixeiras
A nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira
Que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague!"